A curva ABC é uma metodologia que contribui imensamente para o dia a dia do empreendedor.
Ele, que pretende garantir o sucesso de sua empresa ou negócio, precisa ser extremamente cuidadoso.
A atenção não se refere apenas à oferta de bons produtos ao mercado, ao atendimento e ao marketing.
A gestão de estoque é uma das demandas mais importantes para o empreendedor que se destaca no mercado.
O empresário deve saber o que comprar para ter em seu estoque, quando comprar e em qual quantidade.
E a essa logística de estoque se refere o conceito conhecido como curva ABC.
A gestão de estoque para a empresa
Se você pretende vender produtos de qualidade para o público, é necessário garantir que eles estejam sempre disponíveis.
Imagine só a seguinte situação: ao chegar em uma loja, comércio ou supermercado para comprar o seu produto favorito, apesar de estar no catálogo, ele não foi reposto há dias.
Ao ouvir do vendedor a novidade desagradável, o que você faz? Atravessa a rua e vai procurar o mesmo produto em outro lugar, correto?
Para não gerar essa frustração no cliente, o comércio deve sempre garantir que os produtos mais vendidos ali nunca estejam em falta.
E essa é uma tarefa primordial para todo comerciante, independentemente do ramo de atuação.
Essa é a gestão de estoque, e deve ser praticada para garantir o sucesso das vendas.
Para facilitar o empreendedor a operacionalizar com eficiência a gestão de estoque foi que surgiu o conceito de curva ABC.
Tomando base nas teorias de Vilfredo Pareto, a administração passou a utilizar as regras propostas pelo italiano.
Pareto foi um sociólogo, político e economista italiano, autor do livro Manuale d’Economia Política.
O Manual de Economia Política traz a ideia popularmente conhecida como Diagrama de Pareto.
A Lei de Pareto, como também é chamada, pressupõe que 20% das causas resultam em 80% das consequências.
A tese defende que isso seria válido para as mais diferentes áreas da vida, incluindo a economia.
Assim, a gestão de estoque nasceu como uma transformação da regra dos 80-20, dando luz à consagrada Curva ABC, que apresenta o seguinte:
- Apenas 20% dos produtos em estoque geram 80% do lucro de um comércio.
A fim de trazer uma compreensão maior sobre este tema, vamos analisar com mais detalhes a curva ABC.
A curva ABC na gestão de estoque
Diante do que foi exposto até o momento, pode ser que você esteja pensando: bem, então eu preciso ter um grande estoque, certo?
A resposta mais acertada seria: depende. Depende de inúmeros fatores, entre eles:
- De quais produtos estamos falando?
- Qual a quantidade de vendas por dia, semana, mês?
- Os produtos possuem prazo de validade?
- Há demanda suficiente no mercado para essa quantidade de produtos?
Esses são alguns levantamentos que o comerciante deve fazer antes de ir às compras, para garantir um estoque adequado ao seu negócio.
Ter um estoque muito grande com todos os produtos da prateleira pode significar perder dinheiro.
Isso porque, sem a saída dos produtos mais procurados, o dinheiro, convertido em mercadoria, fica parado no estoque (sobrestoque).
Essa soma importante de recursos financeiros poderia ser investida em outras coisas no próprio comércio.
Quer um exemplo simples? Fintechs hoje oferecem alternativas de investimentos que garantem o valor do seu dinheiro e certa rentabilidade: uma opção muito melhor.
No outro extremo, temos a concretização do exemplo já citado neste artigo, que trata da falta de produtos em estoque.
Isso, sem sombra de dúvida, é um terrível cenário pelo qual nenhum vendedor deseja passar – apesar de pesquisas indicarem somente 38% de empresas adotando a gestão de estoque.
Além de perder imediatamente a venda daquele item, a loja abre espaço para novos concorrentes.
Especialmente nos dias atuais, nos quais a concorrência aparece por todos os lados, esse é um ponto crucial do negócio.
As vendas pela internet, com descontos e entrega rápida são atrativos importantes para o público.
Sendo assim, focado em evitar qualquer um dos cenários, o administrador pode recorrer à curva ABC.
A metodologia será uma forte aliada na gestão mais eficiente do estoque de produtos de sua empresa.
Antes de mais nada, a curva ABC é um mecanismo que ajuda a classificar informações.
Entre elas estão os itens que o comércio vende e coloca à disposição do público, separando-os por níveis de importância.
Ou seja, a curva ABC instrui o administrador a dar mais atenção aos itens que vendem mais em seu comércio. Estes seriam os 20% de produtos campeões de vendas.
Portanto, a classificação dos itens disponíveis na loja, mercado, farmácia ou qualquer outro empreendimento é a seguinte:
- Classe A: 20% de itens considerados de maior importância, valor ou quantidade no estoque. São os produtos mais vendidos, que correspondem a 80% do total do estoque;
- Classe B: tratam-se de produtos de importância, quantidade ou valor intermediário, tanto em número de vendas, quanto de lucratividade da empresa. Correspondem a 30% das mercadorias, e a 15% do estoque;
- Classe C: são as mercadorias de menor importância, valor ou quantidade na realidade da empresa, sendo 50% dos itens ali comercializados, correspondendo ao menor número (cerca de 5%) dentro do estoque.
Exemplos práticos da implementação da curva ABC
Finalizamos apresentando alguns modelos práticos onde a curva ABC pode ser aplicada nos negócios. Alguns exemplos são:
- Em um posto de combustíveis, por exemplo, não pode faltar gasolina, etanol e diesel, mas os aromatizadores de carro são itens secundários.
- Assim como uma farmácia, que deve sempre garantir na prateleira os medicamentos mais adquiridos pelas pessoas. Já gomas de mascar, desodorantes e outros itens de higiene pessoal podem ser menos priorizados.
- A padaria do bairro deve ter pão fresco todas as manhãs, juntamente com leite, café e queijo. Entretanto, itens de limpeza de casa, e outras refeições são menos importantes para a sobrevivência do negócio.
A curva ABC na realidade de clientes
Vale a pena destacar que a curva ABC, usada para o gerenciamento de estoque, pode ser levada para outras áreas.
O mesmo princípio aplicado na logística de armazenamento de produtos pode servir para dividir a clientela.
Sendo assim, destacamos que 20% do público são considerados os clientes fiéis ao negócio.
São aquelas pessoas que sempre compram o mesmo produto, sempre do mesmo vendedor.
Esse 20%, em tese, garante a lucratividade do caixa e a sustentabilidade do negócio a longo prazo.
Portanto, por meio de ações de marketing, o empreendedor deve focar esforços para manter a fidelização desses clientes.
Já com os outros 80% do público, o administrador deve trabalhar em outras frentes, como na aquisição de novos clientes.
Propaganda, publicidade, estratégias promocionais e outras ações de marketing podem agregar valor à marca e conquistar uma maior participação no mercado.
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